O que é inflação? Entenda os índices essenciais – Sobre Varejo
Neste artigo iremos explicar mais sobre os dois índices essenciais para entender o que é inflação e como ela é medida no Brasil. Ficou curioso? Aprenda com a gente!
O que é inflação?
Os índices INPC e IPCA são atualmente calculados pelo IBGE.
A sigla INPC corresponde ao índice nacional de preços ao consumidor.
Já a sigla IPCA, a índice nacional de preços ao consumidor amplo.
Mas para que servem esses índices?
O propósito dos dois índices é o mesmo: Medir a variação de preços de uma cesta de produtos e serviços consumida pela população.
O resultado mostra se os preços aumentaram ou diminuíram de um mês para o outro.
Mas afinal, o que é uma cesta de produtos e serviços?
O IBGE faz uma pesquisa para verificar o que a população consome, como por exemplo: arroz, feijão, passagem de ônibus, material escolar, médico, dentista, escola, entre outros. E ao mesmo tempo, investiga quanto do rendimento familiar é gasto em cada produto.
Essa pesquisa chama-se Pesquisa de Orçamentos Familiares, a POF.
A cesta portanto, pode não ser aquela que você costuma consumir, logo, a “sua” variação de preços pode ser maior ou menor do que a medida pelos índices.
Mas na prática, qual a real diferença entre IPCA e INPC?
A diferença entre os índices está no termo “Amplo”.
Com isso, o IPCA engloba uma parcela maior da população do que o INPC.
O IPCA aponta mensalmente a variação do custo de vida médio de famílias com renda mensal entre 1 e 40 salários mínimos.
Já i INPC verifica a variação nas famílias com rendimento familiar médio entre 1 e 5 salários mínimos.
São grupos mais sensíveis às variações de preços, pois tendem a gastar todo o seu rendimento em itens básicos, como por exemplo: Alimentação, medicamentos, transporte, entre outros.
Porque se fala tanto em IPCA?
O governo federal usa o IPCA como índice oficial de inflação no Brasil, portanto ele serve de referência para a meta de inflação e para as alterações nas taxas de juros.
Como ele é calculado? O IBGE faz um levantamento mensal, em 13 áreas urbanas do país de uma média de aproximadamente 430.000 preços em 30.000 locais.
Todos esses preços são comparados com os preços do mês anterior, resultando em um único valor que reflete a variação geral de preços ao consumidor.
Que tal um exemplo?
Vamos supor que você goste muito de chocolate. Goste tanto que gaste (por exemplo) todo seu salário nisso.
No mês passado, você pagava R$3,00 na barra. Hoje a mesma barra de chocolate custa R$6,00.
Você esbraveja e diz que a inflação está absurda. Afinal, a sua preciosa barra de chocolate duplicou o preço!
No entanto, ao ligar a TV e assistir ao telejornal, o apresentador diz que o IPCA entre o mês anterior e este é de 0,10%.
Você logo pensa: ” Esse cara está de brincadeira, não é mesmo?”.
Sua barra de chocolate dobrou de preço. Ela compõe toda a sua cesta. Portanto, seu índice pessoal de preços é de 100%.
Como pode o apresentador dizer que o IPCA é de somente, 0,10% então?
Acontece que na cesta de compras em referência outros produtos podem ter tido queda de preços. Além disso, o chocolate tem um peso pequeno na cesta de compras da população quando comparado por exemplo à carne, à mensalidade escolar e ao transporte.
Estes itens, sim, têm um impacto grande no índice.
Um exemplo mais real seria uma família que não consome carne vermelha e não tem filhos em idade escolar.
Nessa família, com certeza, há um índice de preços diferente do oficial.
Conclusão
Por fim, quer saber o que tudo isso tem a ver com o seu bolso, não é mesmo?
Sendo o IPCA o índice oficial de inflação, podemos dizer que se a variação do seu salário de um ano para o outro é menor do que o IPCA, você perde poder de compra, pois os preços sobem mais do que o seu poder aquisitivo.
Se a inflação e o seu salário têm a mesma variação, seu poder de compra se mantém.
Agora, se você recebe aquela promoção no trabalho e o aumento do seu salário fica muito acima do IPCA, parabéns! Seu poder de compra aumentou.
O IBGE produz e divulga o IPCA, sistematicamente, desde 1980 e de lá pra cá, muita coisa interessante aconteceu.
Por exemplo: No período de 1980 a 1994 (ano de implantação do Plano Real), o índice acumulado foi de 13.342.346.717.671,70%!
Isso significa que se você fosse comprar uma coxinha por 1 “dinheiro” em 1980 em 1994 você pagaria por ela esse valor gigante aí em cima em “dinheiros”.
No mês de Março de 1990 foi registrada a maior variação mensal: 82,39%.
Já o menor índice foi em Agosto de 1998: -0,51%.
Bom, terminamos por aqui!
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